terça-feira, 12 de junho de 2012

Azul-sereia


E então munido de sementinhas, eu comecei a preparar o solo do meu jardim para depositar ali o que todos dizem ser a mais bela flor do mundo. É muito difícil cultivá-la. Então coloquei as pequeninas sementes no solo e esperei.

O solo tem que ser úmido na medida certa; a temperatura ambiente também. A luz incidida diretamente sob o vegetal tem que adequada: a planta tem que nascer em uma posição milimetricamente planejada. Já estava tudo pronto.

E então fiquei lá esperando ela crescer. Dias depois a planta já havia crescido bastante, embora o broto da flor ainda não tivesse germinado.

E os dias se passaram mais e mais.

Vieram chuvas, ventanias, seca, frio e escuridões e insolações. Mas protegi-a suficientemente bem.

E então sob a bela luz de um amanhecer reparei que um broto havia aparecido e já dava para ver aquela linda cor azul.

No frio da noite, sendo banhada romanticamente pela luz da lua, consegui ver aquela linda flor - florescida. Era linda. Aquele tom de azul misturava céu e mar. Seu cheiro era como se nos trouxesse o conforto do nosso berço. Sua forma era angelical.

E então me afastei um pouco mais para admirar aquela beleza única quando de repente um rapaz passa por perto e arranca aquela flor do meu jardim. Eu já estava em fúria enquanto me dirigia a ele quando vi que ele colhera a flor para presentear uma linda jovem que estava a sua espera. Ela ficou tão feliz em recebê-la que meu semblante mudou. Fiquei feliz também.

Descobri que o amor é isso mesmo. O amor se transfere. 

Queres amar verdadeiramente? Faça-o se mover. Amor inerte não é amor.

Faça um lindo gesto de amor: presenteie. Torne concreto essa troca de sentimento. Um abraço, um beijo, um carinho: o amor em sua pura forma de transferência. O amor não pára. Ele está sempre fluindo para onde é bem-vindo. E ele fluirá novamente. 

E é fazendo esse amor dançar que você vai deixar de ser apenas mais um para se tornar, enfim: dois. Azul-sereia.




Nenhum comentário:

Postar um comentário