quinta-feira, 29 de março de 2012

Dualidades


E é assim como quando o compasso inicia uma volta, eu tenho a certeza que não saberei separar o início do final. Como algo de tanto contraste se misturou tanto? Assim como eu e você. Talvez seja por isso que existam tantas dualidades: o amor e o ódio; o julgamento e o perdão; a posse e o desapego... São pólos tão diferentes, mas que outrora nos uniram de um jeito tão semelhante.

Até dizem que os oposto se atraem - seja lá qual dificuldade houver. Talvez. Só sei que difícil mesmo é criar uma força que os separe. Essa força não existe. Não de uma vez.

Força que se acumula aos poucos - vai mostrando que devagar poderá haver repulsa.

E vai mostrando...

Que o infinito começa a ter fim; que o para sempre pára; que a persistência agora descansa...

Não me cansei de dar murro em ponta de faca. Apenas feriu o bastante para que eu não pudesse mais bater em nada. A dedicação sempre existirá. Só para mim.

A força aumenta e mostra que há como se separar - como se fossem grandes e pesados ímãs. Ao ponto que quando se separarem por completo, se espatifarão no chão. E nunca mais se unirão novamente. Apenas alguns pedaços de memórias irão exercer alguma força. Bem fraca.

Uma forte união se tornará uma forte repulsão. Que dualidade. Que fatalidade.

Mas a vida sempre será assim: no mínimo irônica.

Uma luz bem forte lhe faz não enxergar nada.

Um som com uma frequência bem alta lhe faz não escutar nada.

Uma dor é tão grande que lhe faz não sentir nada.

Um amor de opostos não lhe deixa enxergar nem escutar nada. Apenas sentir. E muito.

Sinto muito.

3 comentários:

  1. "Deixar ir não significa desistir, mas sim aceitar que há coisas que não podem ser.”

    Pedro Quintella

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  2. "A vida me ensinou a nunca desistir. Nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir. Podem me tirar tudo que tenho. Só não podem me tirar as coisas boas que eu já fiz pra quem eu amo [...]"

    Bob Marley

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  3. E quem é que sabe que coisas podem ser ou não?
    Só se fosse o criador - Deus da razão.
    Pois mesmo que cada letra que escrevo me afunde,
    perecerei orgulhoso da minha atitude!

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