sábado, 4 de fevereiro de 2012

Distância

Você já se perguntou qual é a maior distância do mundo? 


Talvez esteja lá no cosmo esperando para ser descoberta. Quem gostaria de saber? Um cientista talvez. 


A verdade é que a maior distância do mundo pode ser interpretada de várias maneiras – sempre dependendo de quem vê. 


Afinal, a maior distância do mundo pode ser de muitos quilômetros: na fé do índio que roga para lua. 


Para um marinheiro a maior distância do mundo é de um oceano - sempre atenuada através de uma velha foto. 


Pode ser entre vários estados: o caminhoneiro que sempre ao fim de um percurso inicia outro. 


Ou entre dois estados – o matuto desiludido que não sabe se vai voltar. 


A maior distância do mundo é entre cidades vizinhas para aquelas duas crianças que não irão mais brincar juntas todas as tardes. 


Os bairros parecem se distanciar cada vez mais para um casal apaixonado em um telefone. 


A maior distância do mundo sem dúvidas é a da padaria ao final da esquina no início da preguiça.


É a da vizinha que teima em não sair de casa.


A maior distância do mundo são dois bancos de igreja; três carteiras à frente; ou uma poltrona do cinema. 


São dois metros de terra que esconde um ente. 


A maior distância do mundo é de um tapete de bem-vindo onde o pai se despede do filho à porta. 


É de um pedaço fino de vidro que separa a mãe do bebê.


É do coração de um incrédulo das ações de Deus.


Se você perguntar para mim: qual a maior distância do mundo? Eu lhe digo que francamente eu sei. 


A maior distância do mundo está no caminhar entre duas pessoas sem sincronismo. Quando duas pessoas andam de modo e sentido diferentes se cria um imenso abismo. É a quebra da mais doce melodia; a engrenagem pára; é o distanciamento de almas - por mais gêmeas que fossem.


Não há ritmo. Não há cadência. Não há padrão. Não há mais nada. E nada é a maior distância do mundo. 


A maior distância do mundo é compreendida entre dois “andares”.

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