Somos sempre sonhadores. Sonho no sentido sólido da palavra. Afinal, o que veio primeiro: sonhos do sono ou sonhos de desejo? O que deriva de que? Talvez um desejo difícil de ser realizado, somente feito em sonhos, levou o nome do mesmo. Geralmente sonhos são citados assim mesmo, no plural. Deve ser o desejo de querermos mais do apenas um. Sonhos do sono e sonhos de desejo: também posso lhe desejar: bons sonhos. Mas não é onde quero chegar. Quero fazer certo. Começar do fim... fim do dia. Quando o corpo se aquieta. Brinca com o repouso. Não há mais choro. Não há mais mamãe. Apenas fecha o olho, dorme e finalmente sonha.
Seria tão fácil, porém muitas vezes não é. O que o corpo clama a mente não obedece. O que muitas vezes ocorre nos sonhos: grunhidos internos; incapacidade de se locomover; e medo, nos faz despertar - muitas vezes perdendo o sono. Demoramos a dormir pensando em problemas, mas acordamos rapidamente com pesadelos. Mas bons sonhos: não queremos acordar. Talvez esse seja um caminho para uma lição. Tudo que é tão bom passa tão rápido. Ás vezes até queremos voltar atrás e tentar uma dormida forçada, mas o sonho não volta: o tempo não volta. E na hora do medo? O desespero é grande; traumatizante, entrando em conflito com nossos maiores inimigos e dores. Porém é só acordar e ver que isso tudo foi apenas um pesadelo. Podemos ficar amedrontados, receosos e não voltar a dormir. Mas podemos nos aliviar por - o maior dos seus temores - já ter passado e poder ter a coragem de dormir de novo. Outros pesadelos? Podem vir.
Sonhos são tão reais. É o bastante para acreditarmos nos primeiros segundos da vigília: um gemido de pena, ou um suspiro de alívio. Nossos prazeres e desejos: precisamos prolongar. Nossas dores e medos: precisamos acordar. Não há quem diga que não é real. Mas e se sua vida que você julga viver for exatamente um sonho? Você quer acordar?